quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Era

Eram muitas tardes pra contar história, algumas noites também, algum tempo... Era tudo, era bom, mas nem sempre, eram sorrisos, abraços beijos, era choro, briga, birra...
Era, pois não mais é, era algo a viver, mas sempre mais fácil desisti, nunca eu e você, pois sempre existiam os outros, as outras, o tempo, a falta dele, o tudo, o nada... Um todo; desmoronado em um tempo em que o templo ruiu, o sorriso sumiu, um caminho prosseguiu, o outro parou, a chama apagou e só resta o vazio, no corpo, na alma, na mente... Na cama.
Era bom dia, era café, eram besteiras, eram filmes? Só vi um por inteiro, era pra jogar, era pra escrever, era pra gravar, era pra riscar, mas por fim não era pra apagar, mas apagou, excluiu... Apenas resumiu-se ao que passou.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Só você não viu, o mundo abrir os olhos ao te sentir tão perto, só você
não viu quantas cores eis a hora que você sorriu. E tanto tempo é tempo nenhum se te tenho perto, sendo assim tão livre pra te desenhar ou resenhar. Sendo então, tão parte de mim...és tão distante pra ampliar meu ser e me fazer enxergar, tudo isso que me trás e me afasta de ti, tudo aquilo que me faz não desistir.
    Talvez até viu, talvez foi cego em certos pontos, mas o que de fato
acontece é que por muito não compreendeu o que via, não soube prosseguir com o que realmente quis mostrar. É engraçado falar de cegueira quando se usa óculos, quando se gosta de escutar, enxergar nunca é a melhor parte... Com o tempo e quando se para uma trajetória, ai sim fica muito mais para ver, pois quem está de fora sempre tem o melhor campo de visão.
    E se todo o amor não é mais como antes meu bem, culpe o mundo que gira e te leva de mim...Esse teu sorriso antes tão conhecido me vira o rosto, o gosto mudou e eu te inverto, revisto, reescrevo. E me pergunto até que ponto você é tudo  aquilo que eu quero ver, até quando você é tudo aquilo que eu criei. E se for, se desfaça, refaça. Não durma antes de sonhar, até que não tenha mais espaço e a vida pareça apertada dentro de ti. Até que em um canto qualquer volte a precisar da minha paz, volte a ser meu e eu ser tua. Pra que se deixe viver em mim e em cada curva do meu corpo mal moldado, mal pintado. Pra que eu volte a ser mais mulher, e quem sabe eu volte a ser também mais feliz.   
 Palavras se esvaem com o tempo, mas o sentimento quando é verdadeiro  não se apaga, pode adormecer mesmo que seja por anos, mas ainda assim permanece, perdura, se eterniza... Talvez ainda sejamos parte um do outro, ainda que seja de uma forma adormecida no subconsciente, ainda que a distância insista em remodelar e reformular de uma forma grotesca e abstrata, mas que ainda existe a tal beleza do sentimento. Perpassando o quanto caminhamos ainda me resta uma grande dúvida...
Se antes poderíamos rir e ser felizes, o que mudou agora?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Anti-temporal.

O horizonte amanhece belo, porém distante, águas calmas nesse momento fazem com que eu siga o curso além do sol, ultrapassar a tormenta noturna não foi algo muito bom, mas sentir-se um herói por ter vencido e chegado a esse ponto me faz ver que devo acreditar mais em mim. Ainda sinto o gosto de run em meus lábios, foram necessárias algumas doses junto a remédios para dormir; mas me sinto bem, me sinto feliz, incompleto, mas feliz...
E hoje, mesmo com todos os obstáculos que a vida insiste eu me impor, eu sei que felicidade é algo que não faz parte do meu ser, mas que esteve sempre muito próximo... Detalhes que apenas eu consigo ver. São tão pequenos, tão eternos... Me fazem querer crescer. Hoje eu olho pra trás e já nem sinto mais a dor que antes tomava meu ser por ter caído tantas e tantas vezes, já não me vejo pensando em desistir... Vida, pra mim hoje, vai muito além do que ver o sol nascer ou se pôr. Consiste em cada sorriso, cada segredo. E por todas as palavras que eu grito, há sorriso em meu semblante, há sol em meu céu.
Ciar não me pertence, seguir nem que seja a remo, mesmo que o barco perca as velas, prosseguir e sorrir das desventuras ultrapassadas, sentir a alegria de superar os medos, deslizes, erros e porque não acertos... Creio que após o horizonte avistarei terras, enfrentar outra tormenta seria correr o risco de naufragar, seria um erro me entregar ao erro. Mudar as rotas e ajustar as bússolas é o que me resta, pois o que passou até que foi belo enquanto durou...
Durou, sonhei, sorri, caí e cá estou. Sem dúvida um pouco maior que ontem e menor que amanhã, sempre a mesma. Pra sempre outra. Não me permito deixar de olhar daqui pra frente, querer e aprender sempre mais, buscar o que acredito ser felicidade.

"De ontem em diante serei o que sou no instante agora."

domingo, 27 de março de 2011

Entre nós dois.


Existe a história que eu vou contar, existe a história que aconteceu e a que ambos vimos, vivemos, sentimos.Existe o que vem depois dela e os sorrisos e nos causaram, ou não, felicidades instantâneas e por um conjunto de segundos felicidades eternas. Existe a minha história. E existe a história dele. E hoje, hoje eu vim lhe falar sobre esses sorrisos que pintam e bordam dentro de mim, porém...vim também escrever em letras quase invisíveis sobre o pequeno vazio que borra de preto cada sonho, cada amor. Hoje eu vou falar apenas de mim, a parte feminina da relação que ainda fingimos manter a distância.
Como falar de algo passado se sua existência não perdurou ou resistiu de fato a meros detalhes banais e tão pequenos que o vento carregou como meros grãos de pólen? Nunca se sabe como explicar cada lado e talvez nem haja um acordo, pois cada um apenas aponta onde o outro errou, apenas enxerga o que deixou de fazer ou que se fez depois... As palavras se foram, os sorrisos se apagaram restaram textos que podem dizer algo a quem lê, mas tão pouco a quem escreve...
As palavras, de mim, saem assim...leves mas carregadas de insinuações, palavras prontas para mudar tudo, como se ainda pudesse consertar o que foi escrito por nós dois ou como diz você, profetizado por Cassandra. E eu insisto em te permitir viver dentro de mim, em te  dar a voz, logo essas palavras que eu nunca soube bem se era pra mim ou outro alguém. E o todo que hoje não passa de meros deslumbres de um passado que pra nós dois talvez nem tenha validade como algo real se dissipa em meio ao vão. Detalhes pequenos demais para serem vistos por olhos tão desatentos como os teus.
Limitar-se a ver o que está perto? Nunca foi o que eu decidi para mim, para nós ( se é que existiu de fato ) e nem para o que quer que seja, sempre olhar além, talvez por ser criança e sonhar demais, ou simplesmente por não saber ser pelo meio e entregar-se apenas a quem faz real questão de seguir. É engraçado resumir alguns fatos e histórias por pontos de vista, cada qual verá o seu lado, e o do outro? E o do todo? De nada vale?
O que passou talvez não pelo modo como se deu ao precipício, mas realmente foi algo que valeu, “voltar atrás” não seria a frase a utilizar, mas nunca foi uma opção por onde não seguir...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Infindável poesia

Dentre tantos fatos, besteiras, mancadas e afastamentos... Entre pensamentos, saudades e espera do que um dia próximo se afastou, segue a linha reta com várias curvas, mas ainda formando um paralelo que não mais se encontra e ainda assim não se sabe o final. Tanto foi escrito, vivido e até mesmo apagado, mas de tudo isso restou apenas um dia, talvez dois... Mas ainda assim faz parte de um suposto passado, és uma história, pela qual se trilha o caminho de hoje.
Talvez por medo ou dor do que poderia vir, mas não chegou, talvez o comprometimento não foi tão comprometido de ambas as partes e quem sabe o erro não foi só meu ou seu e sim de todos. Sempre fica gravado por certo tempo, é o tipo de coisa que não cicatriza tão rápido; por mais que se queira não é assim que acontece, nunca é como queremos, nunca será, pois o tempo passou..?
E desde então apenas alguns fatos daquele dia, talvez eterno, mas ainda assim poesia sem fim...
E todas as promessas de um tempo que passou - mas continua aqui - foram jogadas ao mar, talvez venham a ser esquecidas já que o tempo consegue apagar, mas foram tantos outros motivos que nos fizeram acreditar e tantos foram os sorrisos que me fizeram ficar. A distância é cruel e sabe desfazer laços que foram eternos, agora cabe a mim e talvez a ti saber guardar. Era tão completo o vazio de hoje que me pergunto se por todas as vezes que acreditei ser real era mesmo real, e se foi...é realmente incrível como tudo parece acabar fácil demais, rápido demais. E o quão forte somos por nos mantermos de pé, sim...homens de ferro.
É com paciência de formiga que espero voltar a ver o meu castelo de pé, era tanto cuidado, zelo...foi tanta compaixão, paixão, amor. Nada restou, dessa vez garanto-lhe que foi destruição total. O enredo a tempos se fez não-atrativo, no palco da minha mente - não mais culparei o coração - o auge da confusão, é essa que a dias tento entender, ou ao menos saber explicar quando ousar perguntar 'Qual o seu problema?'
Qual deles você quer saber?  A ausência de sentimentos ou o exagero deles?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Uno, dune, tê?

Faz um tempo que procuro formas pra decifrar, gestos pra explicar... Eu estive em outros lugares sim e rodei o mundo sem ti, mas pergunte a qualquer um se em algum momento eu sorri. E as minhas companhias foram sempre tão ausentes sempre tão distantes. Eu sei dos toques, sei dos corpos e dos beijos, mas não falo disso, falo da certeza de que aqui no coração ninguém nunca foi tão longe. Falo da certeza de que os muros erguidos sobre nós não alteram nada, não pra mim. E até tento não falar de amor, até tento não falar sobre nós, mas algumas coisas se perderam no ar e me sufocam, algumas coisas precisavam ser ditas... Sempre faltou coragem, me faltaram motivos.
Tal realidade que abstrata toda uma crença no sentido que une e traz boas emoções ao coração, que faz faltar o ar, que faz perder a respiração por minutos deliberados, que faz entrar num ápice de loucura que perdura e parece nunca ter fim, algo inexplicável, algo belo de certa forma doloroso, mas belo. Talvez por ser a alegria do ser “amado”, talvez por alguns pontos não serem igualados, ou simplesmente pela forma diferente na retribuição do sentimento que engrandece dois corpos que se separaram de alguma forma circunstancialmente inexata.
Eis o ápice de uma vida a dois, o ponto em que se segue uma reta ou cria-se uma bifurcação, não pelo que ambos sentem, mas pela bagagem que carregam talvez pesadas para que possa ser revezado, talvez o sentimento, mesmo tão forte não tenha ombro suficientemente treinado para isso, talvez o cérebro ainda grite mais alto do que o centro-esquerdo do peito. Um dia tais pontos virem meras diferenças e se unam para que o caminho retorne ao uno.
Acredito que se é real a alegria de ser amado, se é real o sentimento e até mesmo a bagagem que trazemos conosco somos capazes de tornar real o futuro que traçamos hoje, e ainda que não sejamos fortes o suficiente pra passar por tudo e sorrir, que sejamos fortes ao menos para continuar. Se existe o desejo de ser amado junto com ele deve existir o querer de lutar por isso. Porém se seguirmos por caminhos opostos, continuarei aí. Agora faço parte de um passado inteiro.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Bons ventos

Pra ser poesia, eu iria pedir emprestado um pouco da sinceridade do teu olhar junto com a essência de um sorriso qualquer, menos o seu. Pra ser dito com pura clareza eu teria que desatar um laço lindo que como era de esperar se desfez, tenho apenas o no na garganta agora. A magia acaba quando o circo fecha, quem não sabe?  sendo normal eu vou, como de costume, tentar da forma mais clara jogar as minhas palavras ao vento, transformar em palavra todo e qualquer tipo de sentimento. Eu vejo com tanta clareza quanto você sem os óculos, que não sabe quem eu sou e que não fala a minha língua, e isso nem de longe é uma ameaça. Eu sinto nascer trilhões de gestos para esclarecer, - desde de um quase sorriso ate o mais inocente abraço que aprendi a dar, a forma como eu consigo entender. Pra falar na tua língua, imagine três caminhos, dois somos nos e no fim chegaremos no mesmo lugar, ainda que não seja num arco-íris, e o terceiro, esse você conhece muito bem e sabe melhor que eu que nunca te levou a lugar algum.
Fragmento de objetos que nunca vi contam uma história de um futuro que virá, não sei se para o bem, mas me admiro com cada detalhe de esferas lapidadas com tal perfeição, é algo que simplesmente chama a minha atenção e toca profundamente algo guardado a milhões de chaves no peito,  sem palavras, apenas os movimentos calorosos e perfeitos do que me faz escolher entre estradas. Talvez isso, apenas isso tenha me feito ficar, talvez a facilidade com que as suas palavras tem em se encaixar e enfeitar um caminho deserto tenha me prendido a atenção. Mas não me permito ficar e observar o futuro que espelha o teu olhar, cansei de encontrar teus olhos a procura do que não são capazes de enxergar. E mesmo cansada da vaga esperança aqui permaneço, as vezes em silêncio não me reconheço, mas mesmo assim sigo o caminho, chego a pensar se é o real, o certo ou apenas um deslumbre, mas são tão inebriantes os momentos vividos que a vaga esperança é tomada pelo que sinto.
Não me arrependo de nada o que fiz ou do que venha a fazer, apenas deixo que as boas lembranças permaneçam e que com os ventos as má memórias se esqueça.

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